top of page

Quais alimentos você consome diariamente?

  • 16 de out. de 2019
  • 3 min de leitura

Finalizei recentemente a leitura do livro “Silence, The Power of Quiet in a World Full of Noise” (Silêncio, O poder da Quietude em um Mundo Barulhento - em Português), escrito pelo mestre budista zen Thich Nhat Hanh, e fiquei encantada com os seus ensinamentos. Além dos exercícios que o livro oferece, a leitura em si me fez sentir vontade de fazer pausas para respirar e estar presente. Thich Nhat Hanh escreveu de forma que nos incentiva a desacelerar, respirar, prestar atenção ao que se passa ao redor, ficar alerta, presente no aqui e agora. Também gostei de fazer caminhadas meditando, como ele sugere no livro. Sempre que estou caminhando, lembro dos ensinamentos, respiro fundo, reduzo a velocidade e volto a prestar atenção em tudo, não somente no que se passa na minha mente. Tem sido um exercício constante treinar a mente para acompanhar o corpo e não me deixar levar pelas muitas histórias que se passam na minha cabeça enquanto fico ausente da vida que acontece no presente momento. 

Outra parte que chamou atenção no livro foi o capítulo sobre os alimentos que consumimos diariamente, consciente ou inconscientemente. Já estamos nos conscientizando de que o açúcar, a gordura e outros alimentos em excesso fazem mal à saúde, porém muitas vezes não percebemos os sons ao redor, os pensamentos que se repetem dia após dia, as notícias que geram sentimentos negativos, as conversas que não deixam uma sensação agradável, os conteúdos que assistimos, os jogos violentos e o impacto que têm na nossa saúde emocional e física. Não consideramos essas coisas alimentos e por isso ainda não acreditamos que nos causam um mal real. 


ree

Segundo o budismo, existem quatro tipos de alimentos que consumimos todos os dias, o que é chamado de “Quatro Nutrientes”:  

O alimento comestível: todos os alimentos que colocamos na boca, mastigamos e engolimos. A comida e a bebida do dia a dia que alimenta o corpo físico e gera energia.

 

O alimento das impressões sensoriais: são todas as experiências sensoriais que recebemos através do nosso corpo, olhos, ouvidos, nariz, língua e mente. Aqui entra tudo o que vemos, ouvimos, lemos, assistimos, jogamos, tocamos, cheiramos e etc. 

O alimento da vontade: são as vontades, desejos e preocupações. 

O alimento da consciência: a forma como a mente alimenta a si mesma com pensamentos e ações. Aqui entra a consciência individual e também a coletiva, e como cada uma delas afeta a cada um de nós. 


Em outro livro (The Art of Communication), o autor diz que “nada sobrevive sem alimento. Tudo o que consumimos tem o poder de nos curar ou envenenar.” Ele segue em frente dizendo que as conversas ao nosso redor e aquelas que participamos são também alimentos que ingerimos. Por isso a importância de escolher as pessoas com quem nos relacionamentos e as conversas que valem a pena ouvir e participar. Isso me fez lembrar de um post que vi e compartilhei recentemente no Facebook que dizia “Se você pudesse comer as suas próprias palavras, a sua alma seria nutrida ou seria envenenada?” 


Quando pensamos e usamos palavras de amor e compaixão estamos elevando não só os outros, mas principalmente a nós mesmos. Somos os primeiros a receber os benefícios – ou malefícios – daquilo que temos dentro de nós e oferecemos ao mundo. Só conseguimos oferecer aos outros aquilo que temos em nós, por isso, quando falamos e agimos de forma que causa tensão e raiva, estamos alimentando a nós mesmos e aos outros, com sofrimento e violência.




*Cover Image Credit: Travel Mindfully Blog

留言


  • Twitter

© 2023 by The Book Lover. Proudly created with Wix.com

bottom of page