top of page

Revelações sob a luz do luar

  • 7 de ago. de 2019
  • 3 min de leitura

Apesar dos seus mais de trinta anos, ela nunca experienciou acampar e aceita prontamente o convite de seu mais novo amigo, alguém que vem se tornando importante em sua vida desde o primeiro encontro, quatro meses antes. Já no primeiro momento, os dois sentem-se conectados e passam a trocar mensagens quase diariamente e a encontrar-se regularmente durante os finais de semana. Quando ele a convida para acampar durante o final de semana prolongado de cinco de setembro de dois mil e dezesseis, ela aceita imediatamente. Fica animada com a ideia de ter essa primeira aventura, principalmente, na companhia dele, que sempre lhe causa bons momentos. Ele tem sido fonte constante de um sentimento de conforto, familiaridade, segurança, proteção e auto aceitação. Em sua presença, tudo flui de forma natural, ao contrário do que acontece com a maioria das pessoas que conhece.


Um dia antes, eles dividem as tarefas: ela fica responsável por comprar os itens para o café da manhã para os dois dias que estarão acampando e ele cuida das refeições principais, já que ficou responsável por cozinhar e mostrar à ela que é possível fazer tudo normalmente no acampamento. Os dois deixam a cidade no carro dele, no sábado depois do horário do almoço, e chegam no acampamento três horas depois. Ele monta as duas barracas, com a ajuda dela, mostrando-lhe como fazer, caso ela decida acampar um dia, quando ele não estiver por perto. Tudo pronto, os dois caminham até a parte central do acampamento, aonde uma banda toca ao vivo. Eles bebem cerveja, curtem a música e conversam alegremente ao mesmo tempo em que a tarde vai se afastando. O sentimento de bem-estar é mutuo e o casal de amigos confidencia seus pensamentos um ao outro, estreitando os laços e fortalecendo a conexão entre ambos.


De volta à barraca, ele prepara o jantar antes do sol se pôr para que possam aproveitar a refeição banhados pela luz natural. Enquanto comem, continuam conversando prazerosamente e no final, deixam-se ficar confortavelmente em suas cadeiras, aproveitando a luz do luar até o sono chegar, guiando-os cuidadosamente cada um à sua barraca. No dia seguinte, entram no carro e saem explorando as redondezas. No regresso, encontram um lugar numa área diferente do acampamento e deitam-se sob a canga cor de rosa dela, acariciados pela brisa que passa por debaixo das árvores. Ela sente vontade de deitar-lhe ao peito, mas fica hesitante até não resistir e aproximar-se repentinamente. Ele a recebe com um beijo no alto da cabeça e nenhum dos dois pronuncia uma palavra, permanecendo imóveis, sem avançar nem evitar a aproximação. Quando o fim do dia vai se achegando, caminham até a barraca, onde ele prepara o jantar e os dois comem enquanto o sol se põe nas montanhas, poucos quilômetros atrás de onde suas cadeiras foram propositalmente posicionadas para evitar os raios direto nos olhos. O macarrão ao molho de tomates é servido juntamente com o vinho tinto e ela desfruta da refeição envolvida por um sentimento misto de cuidado e atenção, até então não muito familiares para ela.


Depois do jantar, os dois decidem entrar no carro, onde finalizam a garrafa de vinho e conversam risonhamente, agora ao som da voz de Xavier Rudd lhes dizendo:

“So follow, follow the sun,

The direction of the bird,

The direction of love”


Embalados pela melodia, compartilham novas histórias sobre suas vidas e perdem a noção das horas, não percebendo que a música parou de tocar quando a bateria do carro morreu. Ao voltar à si, ela percebe o silêncio através do olhar perdido dele, que mira a silhueta da montanha a frente. “O que está pensando?”, atira-lhe, pegando-o de surpresa, ao mesmo tempo que sente uma quentura repentina subindo da barriga, lentamente se espalhando pelo peito, pescoço e orelhas, chegando até a face para denunciar seus pensamentos secretos. Ela leva alguns segundos para se recuperar e lembrar que somente a lua e as estrelas testemunham o seu rubor, enquanto espera para saber se ele estaria pensando nela. Ele responde que estava imaginando uma criança correndo no topo da montanha iluminada pelo luar, e vira-se, devolvendo-lhe a pergunta. Hesitante, ela respira fundo e finalmente abre-lhe a porta, revelando o segredo que vem carinhosamente alimentando há algumas semanas, “estou me perguntando como seria se você e eu nos tornássemos um casal”.

2 opmerkingen


Onbekend lid
03 nov 2019

Hahahaha. Todas as quartas-feira tem um novo relato. Quem sabe em breve surge mais sobre esses dois personagens fofinhos 😍😍. Obrigada por deixar teu comentário. Beijo enorme 😘

Like

Frio na barriga! Quero mais! Quando virá a continuação???

Like
  • Twitter

© 2023 by The Book Lover. Proudly created with Wix.com

bottom of page